AEJMS - Agrupamento de Escolas José Maria dos Santos

Segunda-feira, 09 de Maio de 2022

É ser uma colher reveladora de sóis.

Há uma história da cultura popular que fala sobre uma cidade em que as pessoas não tinham contacto com a luz.

A luz não chegava à cidade por causa de uma colossal montanha que tapava o sol.

E as pessoas, na cidade, adoeceram por falta de sol. Ficaram raquíticas, perderam a vontade de comer. Passavam os dias a deambular pelas ruas lastimando a triste sina.

Enquanto um grupo se lamuriava num beco sombrio, passou uma senhora com uma colher na mão. E essa senhora movia-se com passos firmes e ágeis.

Estava escuro, mas ainda assim dava para ver as sombras, e as pessoas que conversavam na rua ficaram curiosas: quem está aí? O que leva a senhora na mão? Sou a velha e tenho uma colher. Uma colher? Para quê? Para cavar a montanha e dar espaço para o sol passar. Cavar a montanha? Haha! A senhora não acha que cavar essa descomunal montanha com uma colher é desperdício de tempo? Não, não acho, pois todos querem o sol de novo, e sei que com uma colher consigo cavar pelo menos um bocadinho da terra, vou lá começar o trabalho... Alguém tem que começar, alguém tem que começar… gritou a mulher.

A história da mulher com a colher é a narrativa da potência da micro revolução.

Daqueles que começam, que assumem e afirmam o seu entusiasmo e agem.

Os problemas da educação/Ensino no nosso país amontoam-se em vales e planícies, tampam sóis.

Agir perante este cenário é um movimento que urge. E cada vez mais encontramos mais experiências e propostas de educação que revelam o sol escondido. Que apostam, na inclusão, na autonomia, na criatividade, na construção coletiva.

A escola é uma organização híper complexa, na qual se cruzam múltiplas lógicas de ação e diferentes dimensões que influenciam os processos e os resultados escolares. Assim sendo, as dinâmicas de inovação pedagógica e melhoria das aprendizagens devem ser estudadas e interpretadas à luz de um modelo compósito e holístico que permita o cruzamento e a integração das diferentes dimensões que podem tornar possível (ou obstaculizar) essa mesma inovação.

A Escola José Maria dos Santos, escola sede do Agrupamento de Escolas José Maria dos Santos, não é uma escola de “má fama”, de “má reputação”. Não é uma escola “velha” e “feia”, com gritos, com brigas e sem alegria. É uma colher reveladora de sóis. Surge com o aceitar e o tratar cuidadoso de ideias e práticas que apontam outros caminhos para a educação. Caminhos que merecem mais atenção, capazes de influenciar nossa ação mais e mais. Caminhos de paz, alegria. Sem gritos com música e cor. Jogos e livros. Jardins e amigos, conversas, conversinhas e conversetas … VIDA

Alguém tem que começar.

Com entusiasmo,


A Diretora
Maria Pena




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